Nesse quarto dia gravei os teclados de Pra quem chegar. Gravei com um teclado korg e com o meu roland. Nós tínhamos dois técnicos de som, um ficava durante o dia e o outro a noite. O do dia era bem cri-cri (segundo ele) e o outro mais relax. O dia era guitarrista, por isso as guitarras eram gravadas com ele.
Como eu havia dito antes, Pra quem chegar era uma das músicas que eu achei que não iríamos conseguir aprontar ou deixar boa pra colocar no cd. Mas aos poucos ela foi se transformando. Quando o Patrício (o técnico do dia) ouviu os violões que o Charly havia gravado a noite achou que a gente tivesse um violão de nylon, por causa do som. Na verdade a única diferença é que nessa o Charly usou os dedos e não palheta.
Eu gravei o solo dessa música (no final) com o piano do korg (um timbre muito bonito, por sinal) e usei uma escala diferente o que a meu ver enriquecia a música, mas para o técnico não deixava a música tão pop. Na verdade ele não tinha gostado. O Oscar foi o primeiro a defender que ficasse assim e no fim o solo não foi regravado e ficou na música (apesar de que o Patrício, na mixagem, acabou deixando ele meio baixinho)
Outro ponto crítico nesses últimos dias de gravação eram as vozes. Na quarta feira, dia 24, ficamos gravando as vozes até as duas da manhã (do dia 25, portanto). No outro dia as sete estávamos acordados já para seguir gravando. Os dias em Santa Maria estavam muito quentes. O estúdio tinha ar condicionado (por causa do equipamento) e isso foi estragando nossas vozes. E eu e o Charly estávamos o tempo todo no estúdio, pois tínhamos ficado de ajudar na produção, ouvindo a gravação dos colegas.
Sei que no final desse dia percebi que Pra quem chegar iria conseguir ir para o cd. Mas começamos a nos preocupar com a música O caminho inverso pois tínhamos que fazer um monte de vozes, e a gente (eu e o Charly) já estávamos quase sem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário