No último dia
gravamos os vocais de algumas músicas. Foi um dia cansativo e tenso, pois
percebemos que não poderíamos estar junto na mixagem, não teríamos tempo (na
verdade acabamos as gravações no meio ou fim de tarde, mas não daria tempo de
mixar). Como a gente queria pressa em lançar o cd (gurizada boba) e não
tínhamos dinheiro para voltar e acompanhar a mixagem, acabamos não fazendo
parte dela, o que foi um grande erro.
A maioria dos
vocais eu gravei no escuro. A sala de gravação era bem grande, então eu pedi
para apagarem a luz. Eu via os guris lá do outro lado do vidro, mas eles não me
viam. Foi uma estratégia para ficar mais livre e tranquilo. Claro, que quando
gravava vocal a tarde isso não adiantava, mas não foi um problema. Depois o
Marcião dizia que eu era mentiroso, pois na música La banda y la orquestra eu
dizia que tinha medo de escuro, mas não tinha.
Chegamos
a pensar numa musiquinha engraçadinha com os bordões que criamos durante os
dias de estúdio (um deles era do Marcião com voz bem grave e alta dizendo “e aí
MEU!”). A música tinha a letra mais ou menos assim: “e aí meu, e aí meu e aí
meu!” Na verdade era bem assim mesmo. Seria uma música escondida, mas acabamos
não gravando (eu tinha esquecido completamente dessa história, acabei de
lembrar, inclusive da melodia).
Acho
que gravei Azules Revés nesse dia também (a voz) pois a letra eu fui terminando
no estúdio, não estava completa (lembrando que essa canção começou a ser
composta no primeiro dia de ensaio da banda).
Por
fim, a última música a ficar pronta foi mesmo O caminho inverso quando eu e o Charly colocamos quatro vocais cada
um na parte final.
Terminamos
esses 5 dias exaustos. No sábado as 4 da manhã acordamos para viajar de volta a
Rio Grande, chegamos, ficamos algumas horas na cidade e partimos para Pedro
Osório fazer um show (tocando covers). Esse show foi o restinho de dinheiro que
precisávamos para pagar os custos da gravação. Antes do show, ainda em Rio
Grande, nossos familiares nos perguntavam se havia acontecido alguma coisa
errada, pois a gente estava tão cansado que parecíamos tristes. Antes do show a
gente só ficava deitado na sala do pessoal que nos contratou. Eles até se
assustaram se a gente ia conseguir, de tão cansados. Mas conseguimos. Quando
entramos no palco fizemos um bom show, e o Charly ainda teve disposição de
chutar uma enorme bola de plástico na cabeça de uma guria na plateia. Mas isso
já é uma outra história.
Abaixo link para vídeo da banda tocando Minhas Canções ao vivo na FEARG em 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário