quarta-feira, 26 de setembro de 2012

15 anos de gravação do Caminho in verso. Dia 5



No último dia gravamos os vocais de algumas músicas. Foi um dia cansativo e tenso, pois percebemos que não poderíamos estar junto na mixagem, não teríamos tempo (na verdade acabamos as gravações no meio ou fim de tarde, mas não daria tempo de mixar). Como a gente queria pressa em lançar o cd (gurizada boba) e não tínhamos dinheiro para voltar e acompanhar a mixagem, acabamos não fazendo parte dela, o que foi um grande erro.
A maioria dos vocais eu gravei no escuro. A sala de gravação era bem grande, então eu pedi para apagarem a luz. Eu via os guris lá do outro lado do vidro, mas eles não me viam. Foi uma estratégia para ficar mais livre e tranquilo. Claro, que quando gravava vocal a tarde isso não adiantava, mas não foi um problema. Depois o Marcião dizia que eu era mentiroso, pois na música La banda y la orquestra eu dizia que tinha medo de escuro, mas não tinha.
               Chegamos a pensar numa musiquinha engraçadinha com os bordões que criamos durante os dias de estúdio (um deles era do Marcião com voz bem grave e alta dizendo “e aí MEU!”). A música tinha a letra mais ou menos assim: “e aí meu, e aí meu e aí meu!” Na verdade era bem assim mesmo. Seria uma música escondida, mas acabamos não gravando (eu tinha esquecido completamente dessa história, acabei de lembrar, inclusive da melodia).
               Acho que gravei Azules Revés nesse dia também (a voz) pois a letra eu fui terminando no estúdio, não estava completa (lembrando que essa canção começou a ser composta no primeiro dia de ensaio da banda).
               Por fim, a última música a ficar pronta foi mesmo O caminho inverso quando eu e o Charly colocamos quatro vocais cada um na parte final.
               Terminamos esses 5 dias exaustos. No sábado as 4 da manhã acordamos para viajar de volta a Rio Grande, chegamos, ficamos algumas horas na cidade e partimos para Pedro Osório fazer um show (tocando covers). Esse show foi o restinho de dinheiro que precisávamos para pagar os custos da gravação. Antes do show, ainda em Rio Grande, nossos familiares nos perguntavam se havia acontecido alguma coisa errada, pois a gente estava tão cansado que parecíamos tristes. Antes do show a gente só ficava deitado na sala do pessoal que nos contratou. Eles até se assustaram se a gente ia conseguir, de tão cansados. Mas conseguimos. Quando entramos no palco fizemos um bom show, e o Charly ainda teve disposição de chutar uma enorme bola de plástico na cabeça de uma guria na plateia. Mas isso já é uma outra história.

Abaixo link para vídeo da banda tocando Minhas Canções ao vivo na FEARG em 2008.

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