Oito horas da manhã do dia 22 de setembro de 1997. Começamos
a arrumar a bateria para a gravação do disco O caminho in Verso. O pessoal do estúdio achava que 14 músicas era
muita coisa para se gravar em uma semana. O primeiro dia era reservado para gravar
TODAS as baterias. Começamos a gravar só a tarde, se não me engano. Só sei que
o Marcião ficava dentro do estúdio e nós do outro lado do aquário, ao lado da
mesa de som, tocando junto. Foi a proposta do pessoal do estúdio, mas não foi
algo muito esperto, pois a cada erro tínhamos que tocar tudo de novo, todos. O melhor teria sido fazer uma guia de violão e voz, como foi em outras gravações.
De qualquer forma, o Marcião, a
cada vez que tocava, saía da sala de gravação e vinha para a da mesa e queria
ouvir. O operador da mesa e alguns da banda, diziam para ele ficar e gravar
outra, para não perder tempo, mas ele sempre queria ouvir se estava bem.
Foram nove
horas tocando! Na última música a ser gravada (O mensageiro da ilusão), o Marcião estava com o dedão (de uma das
mãos) inchado. Na verdade a mão estava inchada. Ele não conseguia tocar a
música que tinha muitas quebras no ritmo. Ao final, acabou fazendo um ritmo
mais reto. Na minha opinião, a música ficou bem melhor com a nova batida (e
acho que a maioria gostou também).
Abaixo, o primeiro vídeo dessa semana de homenagem. A música que deu nome (ou quase) ao disco.
Em homenagem
aos 15 anos de gravação do disco "O caminho in verso".
Ensaio
realizado em maio de 2008. Era para show em julho na FEARG, e que iria preparar
show maior (no teatro provavelmente) para uma reunião comemorativa.
Infelizmente, o show da Fearg foi o último. Essa foi a última vez que tocamos
essa música nessa versão (bem parecida com a do disco), pois no outro ensaio
começamos a ensaiar uma versão bem diferente e que foi apresentada no show.
Essa é uma
palinha das nossas chatices e barulheira.
Esse foi o primeiro ensaio depois de 5 ou 6 anos. Não lembrávamos mais das músicas. Ainda assim conseguimos tocar a música inteira, entre brincadeiras, mau contato do baixo do Oscar (com o Charly reclamando) entre outras tonterías (como a frase final do Marcião)!
Não que seja grande coisa, mas se eu tenho paixão pela música hoje, muito (muito mesmo) é culpa do Azul, que, além de ter sido o primeiro show ao vivo de verdade e de perto que eu assisti (Fábrica da Cultura), foi a banda da minha juventude, minha possibilidade de ver de perto o que era música, minha influência por muito tempo e o disco que provavelmente mais rodei na minha vida num aparelho de som. Agradeço os senhores do fundo do meu coração.
ResponderExcluirPois é Régis, que coisa boa é a nossa profissão que faz com que a gente vá se encontrando por aí. Se "ajuntando", trocando ideias, músicas e experiências com pessoas que admiramos e gostamos. Pensar que foste influenciado pelo nosso som ao vivo e depois acabamos tocando junto em algumas tentativas de bandas até chegar à querida tangerines onde nos divertimos muito tocando. Na Azul, eu toquei com o Marcinho (que eu via tocando pelos bares do Cassino na época em que eu só sonhava em ter banda).
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